Avaliação
dos pacientes inclui:
Quantificação dos sintomas: Visa uniformizar a avaliação
inicial e, desta forma permitir a classificação entre
portadores de sintomas leves, moderados ou severos. Visa também
avaliar a eficácia do tratamento em termos de sintomatologia
uma vez que quantificam a frequência em que os mesmos ocorreram
no último mês: jato fraco, gotejamento terminal, sensação
de esvaziamento incompleto, redução do intervalo entre
as micções, presença de nictúria (micções
durante a noite), ocorrência de urgência ou urge-incontinência
e ainda uma questão quanto ao comprometimento da qualidade de
vida em decorrência do distúrbio miccional. Existem vários
questionários de sintomas disponíveis, mas o mais utilizado
é o I-PSS (International Prostate Symptom Score).
História
detalhada:
Visa investigar patologias associadas e seus eventuais tratamentos,
como patologias neurológicas, diabetes, cirurgias prévias,
uso de diuréticos, etc.
Exame físico: Através do toque retal é possível
uma idéia do volume prostático bem como da eventual presença
de nódulos ou áreas endurecidas a nível prostático.
Todo nódulo ou área endurecida deve ser biopsiado uma
vez que existe uma possibilidade de câncer de 30% e 50% respectivamente,
associada a estas situações.
Exames
laboratoriais:
Exames de urina são obrigatórios no sentido de se afastar
infecções urinárias. A dosagem de creatinina serve
para avaliar a função renal. A dosagem de glicose sanguínea
permite afastar a presença de diabetes. A dosagem de antígeno
prostático específico (PSA), juntamente com o toque retal
permite afastar ou sugerir a presença de câncer de próstata.
Fluxometria: Trata-se de exame não invasivo que permite avaliar
de forma objetiva a micção. É realizado solicitando-se
ao paciente que urine dentro de um aparelho denominado fluxômetro.
Quando o fluxo máximo for superior a 15 ml/Seg existe uma possibilidade
de 85% de que o paciente não apresente obstrução.
Também apresenta valor importante no seguimento pós-cirúrgico
de portadores de HPB.
Avaliação Complementar:
Ultrassonografia: Permite a avaliação anatômica
do trato urinário constatando presença de cálculos,
hidronefrose, tumores, volume prostático, alterações
da bexiga por esforço na hora de urinar e o resíduo pós-miccional.
Urodinâmica: É o único exame que permite o diagnóstico
de obstrução infra-vesical. É indicado em indivíduos
jovens com prostatismo, em pacientes com patologia neurológica,
com cirurgias prévias do trato urinário inferior ou em
pacientes em que não haja correlação entre a sintomatologia
e a fluxometria. Alguns médicos defendem sua indicação
sistemática sempre que se cogite o tratamento cirúrgico
da HPB, mas isto ainda não é consensual.
Tratamento
da HPB
Inicialmente deve-se ater a condições externas ao trato
urinário. Através do diário miccional pode-se adequar
a ingestão hídrica no sentido de evitar sobrecarga sobre
um trato urinário inferior em condições limítrofes.
Sabe-se que um paciente não necessita urinar mais que 1500 ml/dia
para suas necessidades metabólicas. Pacientes diabéticos
devem ser controlados no sentido de reduzir a poliúria. Pacientes
hipertensos tomando diuréticos devem ter sua medicação
revista o sentido de se aliviar sobrecarga hídrica sobre o trato
urinário. Pacientes portadores de insuficiência cardíaca
e poliúria noturna devem ser compensados visando evitar a redistribuição
noturna de fluidos.
Tratamento
medicamentoso
1)
Bloqueadores da 5 alfa-redutase:
A finasterida - A médio prazo leva a uma redução
de até 30% no volume prostático e do PSA reduzindo seu
valor a metade do original. Tem sua principal indicação
em portadores de próstatas de grande volume. A Dutasterida droga
mais moderna, age da mesma forma e parece ser mais eficaz conseguindo
reduções ainda maiores em menor intervalo de tempo, segundo
trabalhos recentes.
2)
Alfa Bloqueadores: (terazosina,
alfuzosima, tamsulozina e doxazosina)
Atuam rapidamente relaxando a musculatura lisa da próstata, colo
vesical e uretra prostática permitindo a dilatação
e aumento do diâmetro da região colo-uretral e desta forma
uma micção com melhor fluxo e diminuição
dos sintomas. A ocorrência de tontura e hipotensão são
os efeitos colaterais principais dos alfa-bloqueadores, principalmente
os não seletivos.
Tratamento
cirúrgico
O tratamento cirúrgico da HPB tem sua indicação
formal em pacientes com repercussão da obstrução
sobre o trato urinário superior, sangramento freqüente e
pacientes sintomáticos que não apresentaram resposta satisfatória
ao tratamento medicamentoso. A cirurgia geralmente é realizada
via endoscópica através da ressecção transuretral
da próstata (RTU). A morbidade da RTU de próstata relaciona-se
principalmente à ocorrência de disfunção
erétil em 3 a 5% dos pacientes operados e até de incontinência
urinária em menos de 1% destes pacientes. |