Distúrbios
Próprios da Mulher Idosa
À
medida que a mulher se afasta da menopausa a mudança hormonal
que se instala promove uma transformação progressiva de
seus órgãos genitais, sobretudo na vagina e seus tecidos
de sustentação expondo-a a várias patologias urogenitais
como a infecção urinária de repetição,
distúrbios miccionais e incontinência urnária devido
a falta de estrógeno na região da uretra e vagina, e as
distopias vaginais, ou seja, prolapsos como a famosa``queda da bexiga´´
decorrentes da atrofia vaginal e frouxidão das estruturas que
sustentam estes órgãos.
Neste grupo de pacientes o compromisso da equipe médica deve
ser preservar sua integridade física e recuperar da maneira mais
tênue possível à qualidade de vida destas mulheres,
ou seja, tratar suas deficiências com segurança reabilitando-as
para uma vida digna, diminuindo suas limitações nas atividades
normais como aquelas que interfiram significativamente no seu dia-a-dia
e no convívio social.
A Infecção urinária de repetição
(ITUR) comum nesta faixa etária deve-se, sobretudo a perda do
muco vaginal ácido, o qual constitui importante barreira contra
a entrada de bactérias da flora intestinal para a vagina e bexiga,
predispondo a ITUR.
Nestes casos o tratamento necessita associar a reposição
hormonal tópica em região vaginal ao uso de antibioticoterapia
adequada por tempo prolongado.
Incontinência
Urinária:
Embora possa ocorrer em todas as faixas etárias, a ocorrência
de incontinência urinária aumenta com o decorrer da idade.
Calcula-se que 8 a 34% das pessoas acima de 65 anos possuam algum grau
de incontinência urinária sendo que, em casas de repouso
atinge cerca de 50% dos pacientes.
A Incontinência Urinária (IU) pode ser classificada em:
IU por Urgência, IU por esforço, IU Mista, IU Total e IU
Paradoxal, como descrito abaixo.
Incontinência por Urgência
Constitui a principal causa de incontinência urinária em
pacientes idosos de ambos os sexos (cerca de 60%), geralmente ocorre
devido a presença de contrações vesicais involuntárias
durante a fase em que a bexiga está se enchendo. Seu principal
sintoma são as perdas urinárias precedidas de um desejo
intenso de urinar.
Incontinência
Urinária de Esforço
Rrepresenta 30% das causas de incontinência em pacientes idosos
do sexo feminino, decorre de uma fraqueza do esfíncter uretral
ou da musculatura do assoalho pélvico ou ambos. Clinicamente
se caracteriza por perdas urinárias relacionadas a esforços
como tosse, espirro, risadas, saltos, etc. e não é precedida
de desejo miccional. Na última década houve uma revolução
extraordinária nos seus métodos de tratamento, que se
tornaram simples, pouco invasivos e com excelentes resultados, propiciando
uma rápida recuperação pós-operatória
com altíssimo índice de cura através do uso de
slings (Monarc, Safyre, TVT, etc.).
Incontinência
Mista
Decorre da associação da incontinência por urgência
à incontinência de esforço.
Incontinência
Paradoxal
Representa importante causa de incontinência urinária em
homens idosos. O paciente perde urina por dificuldade de esvaziar e
reter demais, isto é, a bexiga está o tempo todo cheia
e para não explodir, transborda.
Incontinência
Total
Decorre de lesão esfincteriana e geralmente após cirurgias
ou traumas de bacia por lesão do esfíncter uretral externo
ou de sua inervação. Manifesta-se clinicamente por perdas
urinárias contínuas sem globo vesical palpável
ou resíduo significativo.
Outro aspecto importante na Incontinência Urinária da paciente
idosa é a caracterização da Incontinência
como transitória ou permanente:
Incontinência
urinária transitória
Entende-se por aquela decorrente de causas externas ao trato urinário
e cujo tratamento dependerá da abordagem destas condições:
Infecção, medicações, imobilização,
atrofia vaginal, distúrbios da consciência e raciocínio,
obstipação, produção excessiva de urina.
Incontinência
urinária permanente
Decorre de alterações anatômicas ou funcionais próprias
do trato urinário como pós cirurgias pélvicas para
tumores de bexiga, útero e reto, traumas medulares, etc.
Uma vez excluídas ou tratadas as causas transitórias,
o tratamento das causas permanentes segue a mesma rotina de exames e
procedimentos realizados em indivíduos mais jovens com resultados
bastante semelhantes. Veja maiores detalhes na sessão Tratamento
da Incontinência
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