Ejaculação Precoce

Definição:

• Masters e Johnson (1970): Ejaculação antes que a mulher atinja o orgasmo, em pelo menos 50% dos intercursos.

• Kaplan (1974): Perda persistente e recorrente do controle voluntário sobre o reflexo ejaculatório.

• Associação Americana de Psiquiatria (1995): Ejaculação persistente ou recorrente, que ocorre com estimulação sexual mínima, antes ou logo após a penetração, sem que o individuo deseje.

O intervalo de latência ejaculatória intravaginal (ILEI) forma a base de muitos estudos clínicos atuais em EP. No entanto, existe uma considerável polêmica no que tange a qual deve ser o ILEI de corte. A maior parte dos trabalhos recentes define como sendo 2 minutos o nível de corte.

Incidência:

É o “transtorno sexual mais freqüente” – Afeta 12 a 60% dos homens - (A maioria dos trabalhos concorda que cerca de 40% dos homens apresentem algum grau de ejaculação precoce).

Etiologia (causas):

• Fatores Psíquicos (emocionais)
- Ansiedade
- Depressão
- Stress
• Fatores Somáticos (orgânicos)
- Doenças Neurológicas
• Lesões de medula
• Sensibilidade / Excitabilidade
- Doenças Urogenitais
- Traumas

Classificação:

Primária: desde a 1ª relação
– Ansiedade intensa
– Libido exagerada
– Familiar
– Jovens

Secundária: Inicia-se tardiamente
– Ansiedade menor
– Stress / Depressão
– Cansaço físico
– Disfunção erétil
– Idosos
– Dificuldades no relacionamento

Outros distúrbios ejaculatórios incluem: O atraso em ejacular ou ejaculação retardada que aflige cerca de 4% de homens sexualmente ativos. Ejaculação retrógrada a qual ocorre em cerca de 80% de homens que se submeteram a ressecção endoscópica da próstata (RTU). Anejaculação ou ausência da ejaculação.

Terminologia1

Ejaculação rápida ou precoce (EP): Ejaculação persistente ou recorrente com estimulação sexual mínima que ocorre antes ou logo após a penetração e antes que a pessoa o deseje.

Ejaculação retardada, inibida ou atrasada: Ejaculação que demora muito para ocorrer levando muitas vezes o casal à exaustão.

Anejaculação: A ejaculação não se exterioriza por ausência completa de ejaculado ou por ejaculação retrógrada.

Anorgasmia: A inabilidade de atingir o orgasmo, independente de ejacular ou não.

Aspermia: ausência de contração do trato genital.

Ejaculação retrógrada: Ausência total de ejaculação anterógrada porque o sêmen é direcionado para dentro da bexiga.

Hemospermia: presença de sangue no líquido ejaculado.

Ejaculação dolorosa.

Baixo volume do ejaculado.


Anedonia: Incapacidade de sentir prazer.


Tratamento Terapia psicológica

A terapia sexual é considerada a mais apropriada e tem como principais objetivos:

1) fornecer informações básicas sobre sexualidade, reeducando tanto o paciente como a parceira;

2) reduzir os focos de ansiedade associados às interações afetivas ou relacionadas à atividade sexual, usando técnicas comportamentais em que a prescrição de tarefas tem como objetivo a dessensibilização (redução da ansiedade) e técnicas de retreinamento do controle ejaculatório; técnica de Semans (“stop-start”), penetração sem movimento para o homem habituar-se a estar dentro da mulher e com a redução da ansiedade ter chances de prolongar a ejaculação. Tal técnica propicia a quebra do reflexo condicionado penetração-ejaculação;

3) propor mudanças no comportamento sexual individual e / ou do casal, estimulando a mais ampla comunicação e melhoria na qualidade de vida. A duração da terapia é de quatro a seis semanas, com uma a três sessões por semana. A participação da parceira melhora substancialmente os resultados e é sempre motivada.

Tratamento Medicamentoso

É composto por vários tipos de drogas que atuam de maneiras diferentes:

- Alfa-bloqueadores (50% sucesso): Fenoxibenzamina, Alfuzosina, Terazosina

- Drogas vasoativas: Viagra, Cialis, Levitra, Prostaglandina

- Cremes anestésicos

- Antidepressivos: os inibidores da recaptação de serotonina são os mais utilizados:

Serotonina: neurotransmissor que atua no sistema nervoso central (Mesencéfalo - Ponte – Bulbo)
– Regula o fluxo sangüíneo cerebral e o sono
– Tolerância ao estresse persistente
– Inibição comportamental e da impulsividade
– Controle da ansiedade
– Inibição da dor

Exemplos: Clomipramina, Fluoxetina, Sertratina, Paroxetina

Em 1973 foi reportado o uso de clomipramina no tratamento de EP pela primeira vez.

O regime terapêutico mais empregado é o de se administrar inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) diariamente. Paroxetina (20-40mg), Clomipramina (10-50mg), Sertralina (50-100mg) e Fluoxetina (20-40mg) são os medicamentos e doses mais utilizados atualmente. O efeito no atraso da ejaculação pode demorar de 5 a 10 dias após inicio da terapia e os efeitos colaterais são mais intensos na primeira semana, diminuindo após 2 a 3 semanas de uso. Os eventos adversos mais comumente relatados são: fadiga, sonolência, náusea, diarréia. Diminuição da libido e/ou disfunção da ereção são reportados raramente.

Um novo medicamento está sendo estudado, a dapoxetina. Trata-se também de um ISRS cujos resultados mostrados em poucos estudos até este momento têm sido satisfatórios. Dapoxetina pode representar o primeiro de uma categoria nova de inibidores seletivos da recaptação da serotonina. Embora a dapoxetina tenha as similaridades farmacológicas a outros ISRS, sua eficácia sugere uma modalidade diferente da ação. Apresenta um rápido inicio de ação com pico de concentração plasmática máxima em 1 hora e meia vida de 1,4 horas. O fabricante sugere administrar 1 a 3 horas antes da relação sexual. Além do mais, este é o primeiro medicamento com indicação exclusiva para EP.

Tratamento tópico


O uso de creme, gel ou spray com base em lidocaína, um conhecido anestésico local, para retardar a ejaculação tem eficácia modesta podendo apresentar efeitos colaterais como: redução da sensibilidade da glande, absorção vaginal e possível anestesia de mucosa vaginal e anorgasmia feminina. Outro produto anestésico em estudo para uso local em EP é “SS Cream”, uma combinação de 9 ervas asiáticas que hipoteticamente diminuem a hiperexcitabilidade peniana.

Inibidores de 5- fosfodiesterase

O uso de inibidores de fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) isoladamente ou associados a ISRS para o tratamento de EP já foi empregado para retardar a ejaculação. Aumento médio da ILEI depois de 3 e 6 meses de tratamento foi maior no grupo que usou paroxetina mais sildenafila versus apenas paroxetina, embora a presença de efeitos adversos como cefaléia e rubor facial tenha sido mais significativo neste grupo. De qualquer maneira, é consenso de que esta classe de medicamentos não deve ser a primeira escolha para tratar EP, mas que poderá ser muito benéfica a sua utilização quando o homem sofrer de DE.